domingo, 31 de outubro de 2010

A cidade cinzenta...




Estava eu agora diante e dentro da energia da cidade cinzenta,antes eu não sentia a energia nem o calor,nem o frio,nem a chuva...Agora eu podia sentir tudo sobre minha pele,o cheiro não é dos melhores,as pessoas mal te notam caminhando pela rua,todos tem pressa de chegar em algum lugar,eu também tinha,de chegar até a vampira,mas não sabia por onde começar...
Era noite a lua brilhava entre as nuvens de tempestade,eu tentava conversar com ela como no reino das anjas,mas era inútil,ela mal me ouvia parecia estar triste,caminhando chego até o centro da cidade cinzenta,muitas pessoas,muitas risadas,muitas conversas,tudo aparentava um lugar de "acolhimento" me senti acolhida pelas pessoas e por aquela alegria misturada com tristeza,todos falavam mal do amor que ele somente machuca,descobri que ser romântico era sofrer pra todos eles,eu acreditava no oposto tanto que estava em uma cidade cinzenta longe do conforto das anjas para viver um grande amor que nem sabia se realmente existia.
A cidade cinzenta também era muito sedutora te oferecia euforia,alegria,calor e prazer...Tudo que os seres desta cidade precisam para se sentirem felizes,e agora eu também precisava de tudo isso,conheci o lado "feliz" da cidade cinzenta,comecei a me entregar em noites regadas a muita bebida a muita nicotina,e aquilo me fazia bem eu me sentia bem com tudo aquilo.
As pessoas logo se aproximaram e algumas conseguiam enxergar minha verdadeira essência que por tempos mascarei,até que ganhei o apelido de Anja por ser boa demais,realmente era boa demais...E paguei um preço alto por isso,me envolvi com garotas que acreditava serem o amor,não o que buscava,mas um amor...Logo via que não era,isso me consumia de uma forma ruin,destrutiva e eu nem percebia.
O tempo foi passando eu já havia me enturmado com varias pessoas,sempre acreditando e confiando em cada uma delas,dificilmente eu enxergava maldade nas pessoas,só quando elas mesmas me mostravam e quando isso acontecia eu ficava muito mal e me auto-destruia sem perceber,fugia de mim mesma com a bebida,ela me levava pra longe do que eu tinha me tornado,e longe da cidade cinzenta...
A lua tentava me aconselhar,mas eu so conseguia me lamentar para ela,os sonhos com a vampira continuavam,mas eu já nem acreditava em mais nada disso,comecei a renegar o amor,renegar minha essência,pois acreditava que ela era culpada pelo meu sofrimento,mascarada eu era forte,feliz,segura,invejada conseguia chamar atenção! Mas mal eles sabiam que por dentro eu estava despedaçada,quebrada,ferida e machucada,como na queda,por tempos achei que estivesse em uma "queda" continua e para para-la so fim...

(continua)